Segurança

Empresário dopado por seis dias expõe falhas na segurança pública do DF

Em um caso que revela as brechas no sistema de segurança do Distrito Federal, um empresário de 36 anos foi resgatado pela polícia militar após passar seis dias sob o efeito de medicamentos administrados por dois criminosos. Mantido em cativeiro, ele era levado diariamente a uma agência bancária na Asa Sul para realizar saques em caixas eletrônicos, sempre em estado de torpor que o impedia de resistir ou pedir ajuda. A intervenção só ocorreu graças à desconfiança de um gerente do banco, que notou o homem dormindo sobre o balcão e com dificuldades para andar, enquanto um dos sequestradores vigiava a porta e o outro o acompanhava. Essa história não apenas choca pela crueldade, mas também questiona a eficácia das políticas de combate ao crime organizado na capital, onde incidentes como esse parecem proliferar sem respostas mais robustas das autoridades.

As investigações da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) revelaram que os criminosos, oriundos de Samambaia, utilizavam o carro da tia de um deles para transportar a vítima. Na delegacia, eles apresentaram três versões contraditórias para justificar o ato: inicialmente uma dívida de R$ 500, depois R$ 25 mil e, por fim, o valor relacionado a um iPhone 13 Pro Max. Apesar das tentativas, nenhum saque foi efetuado, o que sugere uma operação amadora, mas não menos perigosa. Presos em flagrante por extorsão com restrição de liberdade, os acusados aguardam audiência de custódia nesta quarta-feira (5/11). Opino que casos assim demandam uma reflexão mais profunda sobre a impunidade, pois, em um cenário político onde promessas de segurança são moeda corrente, a realidade mostra cidadãos vulneráveis a criminosos que exploram brechas no sistema bancário e na vigilância urbana.

O estado de torpor do empresário o impediu de prestar depoimento imediato, sendo ele encaminhado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para recuperação. Essa incapacidade inicial de ouvir a vítima reforça a necessidade de protocolos mais ágeis nas investigações policiais, especialmente em crimes que envolvem restrição de liberdade e uso de substâncias. No contexto político do DF, onde debates sobre investimentos em segurança pública frequentemente esbarram em disputas partidárias, incidentes como esse servem como lembrete de que a proteção ao cidadão deve transcender retóricas eleitorais. É imperativo que as autoridades invistam em treinamento e tecnologia para prevenir tais abusos, garantindo que a capital não se torne um terreno fértil para extorsões disfarçadas de dívidas pessoais.

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